terça-feira, 11 de setembro de 2012

Primórdios da Agricultura Brasileira

No ano de 1500 no dia 26 de abril acorreu a 1° missa em solo brasileiro, em maio de 1500 houve o 1°relato ao Rei Dom Manuel por Pero Vaz de Caminha, e em seu relato Pero Vaz disse que não sabia se havia ouro, prata ou mesmo ferro, cerca de 200 anos depois desse relato foi encontrado ouro, em um trecho da carta de Pero Vaz ele diz:” Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados (...)”, isso significava que o Brasil era um ótimo lugar para se plantar mas como na Europa só tinha sementes de ares frios não cresciam assim ele tentaram se adaptar, nessa época nascia em Porto Seguro, na Bahia a comida típica brasileira, em 1532 houve a 1° expedição colonizadora no Brasil.
A Alimentação dos colonos portugueses era bem podre, se viravam com o que os índios conheciam e alguns produtos asiáticos que importaram. Uma alimentação pobre basicamente de feijão, farinha e carne seca. Plantação nas fazendas era secundário. A cana era sinônimo de dinheiro, de bem exportável em forma de açúcar. Era plantado aqui somente o que não podia ser plantado na Europa, favorecido pelo clima e as prioridades da coroa. Com a chegada da Cana-de-açúcar na expedição de Martim Afonso em 1532 foi instalado o primeiro engenho em São Vicente (1532) e tornou-se a base da economia da colônia até os holandeses levarem mudas para o Caribe e acabar com o Monopólio (1630 a 1654). A partir de 1727, plantado no Pará, o café vindo da Etiópia e adaptado ao clima mais ameno de São Paulo, tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, mudando o centro da economia do País.
Matheus Quintanilha

Quando o império trouxe os europeus para os pais, o Brasil estava entrando para a segunda fase de produção agrícola. Os europeus trabalhavam no café em são Paulo e os mais importantes ocupavam terras quase que selvagens no rio grande do sul e em santa Catarina com o clima temperado. O arroz agora é parte do “arroz e feijão”, o arroz não tem problema tropical, mas se desenvolve melhor em regiões alagadas, a plantada desde tempos coloniais, mais isso era feito, o que rende um terço do arroz alagado e resulta em grãos pequenos e que não ficam soltos quando cozidos. Para plantas em terra alagadas é preciso terras planas, um solo com camadas impermeáveis.
A saúva foi a grande inimiga das plantas que chegaram ao Brasil em 1935. Foi a primeira iniciativa cientifica do estado em lidar com as condições agrícolas, os agrônomos testavam varias soluções, inclusive tatus para comer as saúvas (ideia descartada, porque os tatus são vetores de doenças), então decidiu-se por incentivos químicos, e isso incentivou a indústria nacional.
Pedro Dias

O gado europeu, trazido desde o 1º momento da colonização, não era bem adaptado. Logo se percebeu que as vacas da Índia se adaptavam muito melhor ao clima do Brasil. Produtores brasileiros trataram de importar animais da Índia, mas havia um probleminha: lá as vacas são sagradas, e eles não venderiam seus ancestrais reencarnados para comedores de carne. Os indianos vendiam suas vacas para estrangeiros desde que para zoológicos e circos. Assim, os fazendeiros brasileiros foram atrás dos criadores indianos que haviam vendido para zoos europeus e trouxeram as vacas para cá.
Um caso emblemático foi a soja. Usada basicamente para alimentar o gado, é uma cultura asiática de clima temperado que se adaptou ao sul do país.  A produção de soja passou de 1 milhão de toneladas, em 1979, para 57 milhões, em 2009, dos quais 18 milhões foram apenas no Mato Grosso. Segundo o agrônomo Roberto Peres, da Embrapa, o trigo também já está pronto para conquistar o cerrado. Sob o comando do economista Celso Furtado, foi feito um levantamento das regiões cultiváveis do semiárido.
Fernanda Oliveira

A partir dos anos 80, frutas como melão e melancia começam a ser plantadas em locais secos, como no Nordeste. E hoje, frutas que precisam de ambientes específicos de clima, como a maçã, pera, caqui, ou o mais surpreendente, a uva já são plantadas nessa região.
As plantas que precisam de ambientes mais frios, necessitam de um hormônio chamado cianamida para que possam crescer, os agricultores do nordeste que optarem por plantarem essas frutas em seus territórios terá que podar as plantas e adicionar o hormônio naturalmente.
Quando Charles Goodyer inventou a borracha vulcanizada em 1839, com base no látex, extraído das seringueiras da Amazônia, o interesse pela planta explodiu, usada dos pneus a vedação em válvulas hidráulicas de motores de vapor, a borracha se tornou um dos insumos fundamentais da Revolução Industrial. Em 1900, o Brasil controlava 95% da produção de borracha, em 1910, 50%, 8 anos depois 20% e em 1940, 13%. Em 1928, Henry Ford tentou ressuscitar a borracha brasileira para produzir pneus para seus carros. Adquiriu 10 mil km2 de terras perto de Santarém (PA) e criou Forlandia e logo percebeu que ficaria mais barata a produção se colocasse as plantas enfileiradas, elas foram devoradas por um fungo que não existe na Ásia.
Sua colônia durou até 1945, por causa da segunda guerra, com os japoneses tomando posse da Malásia e dando uma sobrevida artificial á indústria de borracha do Brasil. Hoje o Brasil importa 2/3 da borracha que consome. Do que nasce aqui 60% é consumida por SP.
Carlos Braga


Parece um final feliz? Bem, nem todos concordam. O movimento pelos orgânicos rejeita diversas tecnologias modernas de agricultura, principalmente agrotóxicos e transgênicos. O Greenpeace vem denunciando a soja como a nova vilã do desmatamento no país. O agronegócio também é tido como vilão para certos movimentos sociais. Ainda que hoje o forte do Brasil seja a produção de alimentos, a estrutura fundiária permanece concentrada em grandes fazendas e, em muitos casos, sob a coordenação de grupos multinacionais, como a Cargill e a Monsanto, que fornecem sementes transgênicas, insumos e todo o plano de produção. Conflitos rurais mataram 34 pessoas em 2010, segundo a Comissão Pastoral da Terra. De 1995 a 2010, 38 769 trabalhadores foram resgatados de fazendas em trabalho em condições análogas às da escravidão. O agronegócio respondeu por 37,9% das exportações do Brasil em 2010, dos quais a soja, sozinha, respondeu por 8,5% (dados dos ministérios do Desenvolvimento e da Agricultura). Depois de 5 séculos, o país finalmente tem condições de cumprir a profecia de Caminha e se tornar o “celeiro do mundo”. Será uma bênção ou uma maldição?
Verônica Victor

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