No ano de 1500 no dia 26 de abril acorreu a 1° missa em solo
brasileiro, em maio de 1500 houve o 1°relato ao Rei Dom Manuel por Pero Vaz de
Caminha, e em seu relato Pero Vaz disse que não sabia se havia ouro, prata ou
mesmo ferro, cerca de 200 anos depois desse relato foi encontrado ouro, em um trecho
da carta de Pero Vaz ele diz:” Porém a terra em si é de muito bons ares, assim
frios e temperados (...)”, isso significava que o Brasil era um ótimo lugar
para se plantar mas como na Europa só tinha sementes de ares frios não cresciam
assim ele tentaram se adaptar, nessa época nascia em Porto Seguro, na Bahia a
comida típica brasileira, em 1532 houve a 1° expedição colonizadora no Brasil.
A Alimentação dos colonos portugueses era bem podre, se
viravam com o que os índios conheciam e alguns produtos asiáticos que
importaram. Uma alimentação pobre basicamente de feijão, farinha e carne seca.
Plantação nas fazendas era secundário. A cana era sinônimo de dinheiro, de bem
exportável em forma de açúcar. Era plantado aqui somente o que não podia ser
plantado na Europa, favorecido pelo clima e as prioridades da coroa. Com a
chegada da Cana-de-açúcar na expedição de Martim Afonso em 1532 foi instalado o
primeiro engenho em São Vicente (1532) e tornou-se a base da economia da
colônia até os holandeses levarem mudas para o Caribe e acabar com o Monopólio
(1630 a 1654). A partir de 1727, plantado no Pará, o café vindo da Etiópia e
adaptado ao clima mais ameno de São Paulo, tornou-se o principal produto de
exportação brasileiro, mudando o centro da economia do País.
Matheus Quintanilha
Quando o império trouxe os
europeus para os pais, o Brasil estava entrando para a segunda fase de produção
agrícola. Os europeus trabalhavam no café em são Paulo e os mais importantes
ocupavam terras quase que selvagens no rio grande do sul e em santa Catarina
com o clima temperado. O arroz agora é parte do “arroz e feijão”, o arroz não
tem problema tropical, mas se desenvolve melhor em regiões alagadas, a plantada
desde tempos coloniais, mais isso era feito, o que rende um terço do arroz
alagado e resulta em grãos pequenos e que não ficam soltos quando cozidos. Para
plantas em terra alagadas é preciso terras planas, um solo com camadas
impermeáveis.
A saúva foi a grande inimiga das
plantas que chegaram ao Brasil em 1935. Foi a primeira iniciativa cientifica do
estado em lidar com as condições agrícolas, os agrônomos testavam varias
soluções, inclusive tatus para comer as saúvas (ideia descartada, porque os
tatus são vetores de doenças), então decidiu-se por incentivos químicos, e isso
incentivou a indústria nacional.
Pedro Dias
O gado europeu, trazido desde o
1º momento da colonização, não era bem adaptado. Logo se percebeu que as vacas
da Índia se adaptavam muito melhor ao clima do Brasil. Produtores brasileiros
trataram de importar animais da Índia, mas havia um probleminha: lá as vacas
são sagradas, e eles não venderiam seus ancestrais reencarnados para comedores
de carne. Os indianos vendiam suas vacas para estrangeiros desde que para
zoológicos e circos. Assim, os fazendeiros brasileiros foram atrás dos
criadores indianos que haviam vendido para zoos europeus e trouxeram as vacas
para cá.
Um caso emblemático foi a soja. Usada
basicamente para alimentar o gado, é uma cultura asiática de clima temperado que
se adaptou ao sul do país. A produção de
soja passou de 1 milhão de toneladas, em 1979, para 57 milhões, em 2009, dos
quais 18 milhões foram apenas no Mato Grosso. Segundo o agrônomo Roberto Peres,
da Embrapa, o trigo também já está pronto para conquistar o cerrado. Sob o
comando do economista Celso Furtado, foi feito um levantamento das regiões
cultiváveis do semiárido.
Fernanda Oliveira
A partir dos anos 80, frutas como
melão e melancia começam a ser plantadas em locais secos, como no Nordeste. E
hoje, frutas que precisam de ambientes específicos de clima, como a maçã, pera,
caqui, ou o mais surpreendente, a uva já são plantadas nessa região.
As plantas que precisam de
ambientes mais frios, necessitam de um hormônio chamado cianamida para que
possam crescer, os agricultores do nordeste que optarem por plantarem essas
frutas em seus territórios terá que podar as plantas e adicionar o hormônio naturalmente.
Quando Charles Goodyer inventou a
borracha vulcanizada em 1839, com base no látex, extraído das seringueiras da Amazônia,
o interesse pela planta explodiu, usada dos pneus a vedação em válvulas hidráulicas
de motores de vapor, a borracha se tornou um dos insumos fundamentais da
Revolução Industrial. Em 1900, o Brasil controlava 95% da produção de borracha,
em 1910, 50%, 8 anos depois 20% e em 1940, 13%. Em 1928, Henry Ford tentou
ressuscitar a borracha brasileira para produzir pneus para seus carros. Adquiriu
10 mil km2 de terras perto de Santarém (PA) e criou Forlandia e logo
percebeu que ficaria mais barata a produção se colocasse as plantas enfileiradas,
elas foram devoradas por um fungo que não existe na Ásia.
Sua colônia durou até 1945, por
causa da segunda guerra, com os japoneses tomando posse da Malásia e dando uma
sobrevida artificial á indústria de borracha do Brasil. Hoje o Brasil importa
2/3 da borracha que consome. Do que nasce aqui 60% é consumida por SP.
Carlos Braga
Parece um final feliz? Bem, nem
todos concordam. O movimento pelos orgânicos rejeita diversas tecnologias
modernas de agricultura, principalmente agrotóxicos e transgênicos. O
Greenpeace vem denunciando a soja como a nova vilã do desmatamento no país. O
agronegócio também é tido como vilão para certos movimentos sociais. Ainda que
hoje o forte do Brasil seja a produção de alimentos, a estrutura fundiária
permanece concentrada em grandes fazendas e, em muitos casos, sob a coordenação
de grupos multinacionais, como a Cargill e a Monsanto, que fornecem sementes
transgênicas, insumos e todo o plano de produção. Conflitos rurais mataram 34
pessoas em 2010, segundo a Comissão Pastoral da Terra. De 1995 a 2010, 38 769
trabalhadores foram resgatados de fazendas em trabalho em condições análogas às
da escravidão. O agronegócio respondeu por 37,9% das exportações do Brasil em
2010, dos quais a soja, sozinha, respondeu por 8,5% (dados dos ministérios do
Desenvolvimento e da Agricultura). Depois de 5 séculos, o país finalmente tem
condições de cumprir a profecia de Caminha e se tornar o “celeiro do mundo”.
Será uma bênção ou uma maldição?
Verônica Victor
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