MST e a Reforma
agrária no Brasil
‘’O MST nasceu como
fruto das ocupações de terras organizadas nos anos anteriores no Brasil
meridional. ’’
O MST é um movimento para que a reforma
agrária seja concluída efetivamente.
Os sem-terra são vistos como pessoas que não
tiveram a oportunidade de se manter no mercado de trabalho a fim de conquistar
seu próprio lar e cuidar de si e de seus dependentes. Também encaram o
subemprego e empregos ocultos.
Por
preocupações, foi criado o programa de assentamentos, que através dele os sem
terra são levados as favelas rurais onde se habitarão. Essa decisão foi
relativa da preocupação com os mercados e a moderna agricultura empresarial, já
que os sem-terra poderiam se reunir em forma de revolução social e acarretar em
sérios danos ao governo.
Estrutura Fundiária e Reforma Agrária
A concentração da propriedade de terras evidencia a economia rural brasileira, onde a América portuguesa segue de modelo. A mesma concentração serviu como impulso para a configuração da agricultura moderna brasileira entre pequenos e grandes estabelecimentos rurais.
Veja o gráfico a seguir:
Entrevista VEJA:
''O MST se perdeu.
O ministro diz que o movimento dos Sem Terra vai ficar sem público para continuar tumultuando a reforma agrária.''
Jungmann nunca completou um curso superior, mas estudou muito um dos assuntos mais complexos do Brasil e se tornou um páreo duro para todas as frentes envolvidas na reforma agrária. Não critica só o MST. Denuncia também advogados especializados em obter indenizações milionárias para fazendeiros desapropriados. E não foge de brigas com setores da Igreja ou grileiros. Na semana passada, o ministro recebeu VEJA para a seguinte entrevista.
Veja – O senhor pretende quebrar o MST?
Jungmann – De maneira nenhuma. Pessoalmente acho importante a existência de mediadores que organizem os movimentos sociais. O MST é que abandonou essa função em nome de outra atividade. Foi o MST que se perdeu, em parte por causa de sua própria estrutura e em parte por não ter sabido adaptar-se às mudanças que vêm ocorrendo tanto no mundo quanto na questão agrária no Brasil. Se a gente contribuiu com isso, foi apenas tomando medidas para diminuir o número de conflitos no campo e dar mais eficiência à reforma agrária.
Veja – O MST tem de ser tratado como um partido?
Jungmann – Essa é outra coisa que vai ficando evidente: o MST não tem registro jurídico, tem um estatuto de partido, faz cursos de formação de revolucionários, investe na ampliação dos conflitos sociais e não quer apresentar sua verdadeira cara. Quanto mais as invasões ganham caráter político, mais aparece o intestino do movimento e até a falta de democracia interna. O MST faz um congresso com 10 000 pessoas e não elege sua direção nesse encontro. Ninguém sabe como é essa eleição. Ora, quando concorda com a realização de uma auditoria nas contas do MST, o cidadão está apenas querendo saber como eles estão usando um dinheiro que saiu, na verdade, do bolso do contribuinte brasileiro.
Veja – Não há gente que, por causa do isolamento, acaba vendendo o lote que recebeu?
Jungmann – Pode ser, mas não é a única razão e esse nem é um problema tão grave quanto parece. É verdade que há casos de assentamentos até com 50% de evasão, casos de famílias que vendem ou abandonam a terra. Mas é um engano supor que o lote fica vazio. Um estudo da professora Regina Bruno, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mostra que quem compra um lote desses é geralmente uma família mais bem aparelhada para o trabalho na terra do que a primeira. Na verdade, a troca acaba sendo positiva, mesmo sendo ilegal. Acho que a obrigação de quem está envolvido com a reforma agrária é entender esse tipo de situação, fugir da burocracia.
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